Qual é o lugar de nossas vidas?
De onde viemos seria uma resposta. Onde estamos também apresenta uma plausível realidade. Acho, porém, que é para onde seguimos ou desejamos seguir que melhor revela o lugar de mim e de ti.
De onde vim?
Eu vim de meus pais, de minha criação, de meu ambiente de convivência, de uma cultura, de minhas relações interpessoais, de minhas experiências, oportunidades, realizações, esperanças e desesperanças. Parte de mim se deve às minhas origens e andanças, é verdade. Algumas cores dessa palheta vibrante e pulsante que é a vida foram selecionadas ali.
Onde estou?
Eu estou onde consegui chegar, tenha sido este lugar fruto de minhas escolhas pessoais ou advindos de circunstâncias alheias a mim. Seja este ambiente lindo e de paz, sombrio e cheio de aflições ou simplesmente difícil de estar, é sobre este solo que toca ou machuca meus pés que preciso caminhar. Às vezes podemos estar em um deslumbrante paraíso, sonhado por muitos, mas não conseguimos ver sua estética, sua beleza. Falta-nos não olhos para ver, mas colírio para enxergar as dádivas que se põem diante de nós.
Para onde vou?
Por vezes, quaisquer desfrutes, beleza e elegância realmente fogem aos nossos olhos naturais. Não só, mas esses são momentos em que precisamos lançar mão de uma projeção um tanto especial.
Falo de um olhar além:
De um fazer que planta e constrói aquém. De um sentir que me faz cantar e me alegrar hoje e aqui.
De um “milagre” que transforma o simples em esplêndido e o comum em uma façanha admirável.
Falo de um dia além:
Do lugar onde escondi meu tesouro.
Do tempo que não venceu meus sonhos.
Da esperança que me faz navegar sobre o mar.
De hoje, com Deus, com Jesus.
O lugar interior,
meu paraíso diário e peculiar.
T. Assinger